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As histórias vinham com roteiros de Pedro Anísio e arte de vários desenhistas, entre eles: Eduardo Baron (que era o diretor de arte da EBAL), Mário José de Lima, Fernando Ikoma e Floriano Hermeto, o que mais se destacou. "FHAF", como Floriano costumava assinar, era adepto do estilo europeu, e por isso, promoveu um visual diferenciado para a revista.
O Judoka - que em sua identidade "civil" era um jovem estudante - tinha como mestre de judô, o sábio Minamoto. Além disso, sua namorada Lúcia era sua parceira no combate ao crime. O uniforme do casal era igual: um quimono verde e branco e uma máscara tipo a do Robin (parceiro de Batman). A revista tinha um cunho patriótico que procurava exaltar as virtudes do Brasil. Assim, o casal de heróis ia, a cada edição, para um ponto diferente do país.
O Brasil vivia sob o jugo da Ditadura Militar, embalada pelo slogan político "Brasil, ame-o ou deixe-o!", da (con) gestão do presidente Emílio Garrastazu Médici. O gibi agradou e o personagem acabou por fazer o caminho inverso do Capitão 7 - que começou na TV e depois virou gibi - gerando uma produção cinematográfica, com Pedro Aguinaga e Elizângela nos papéis principais. O filme estreou nas telas em 1973, mas passou quase que despercebido. A popularidade do Judoka começou a declinar aos poucos e logo, a revista do herói marcial foi cancelada. Mesmo assim, trata-se de um grande marco na história dos super-heróis brasileiros, já que o título durou expressivos quatro anos. Durante muitos anos, a revista do Judoka seria considerada a última grande investida dos quadrinhistas brasileiros no gênero.
Texto: Roberto Guedes
Na segunda metade dos anos 80, a editora DC Comics resolveu que era hora de arrumar a casa. Naquela época a editora era povoada por um sem número de universos paralelos, cada um com seu próprio elenco de personagens, todos muito parecidos entre si. Era uma legião de Batmen, Super-Homens e Mulheres-Maravilhas, cada um advindo de uma dimensão paralela diferente. Era necessário fazer alguma coisa para enxugar aquele excesso de personagens, para que a DC pudesse entrar em uma nova era. A essa limpeza deu-se o nome de Crise nas infinitas terras. Nela centenas de personagens coadjuvantes - e alguns principais, como a primeira Super-Moça e o segundo Flash (Barry Allen) - perderam suas vidas no confronto contra as forças do poderoso Anti-Monitor. No final da série, entre mortos e feridos salvaram-se aqueles cuja relevância era essencial para a mitologia da editora.
O objetivo essencial de Crise nas infinitas terras era a redefinição dos principais personagens da DC, de forma a apresentá-los novamente a uma audiência mais jovem. Assim, todos os principais personagens da editora, em diferentes níveis de profundidade, tiveram suas origens revistas, mantendo algumas de suas características clássicas e adicionando novos elementos às suas mitologias. Para que tal empreitada desse certo, a DC escolheu a dedo aqueles profissionais que cuidariam de re-introduzir estes personagens aos leitores. O Super-Homem foi entregue a John Byrne, que simplesmente revolucionou o personagem, adicionando elementos à sua mitologia que até hoje despertam tanto o amor quanto o ódio dos fãs do herói kriptoniano; a Mulher-Maravilha ficou nas mãos de George Pérez, que produziu uma seqüência de histórias majestosa, fazendo com que o roteirista fosse até hoje considerado o autor definitivo da princesa de Themyscira; já Frank Miller foi incumbido de retomar as origens de Batman.
Miller trabalhou sua história como uma minissérie dentro de uma série regular (Batman #404-407), visitando os primeiros dias do Cavaleiro das Trevas. Melhor dizendo, não os primeiros dias, mas sim o primeiro ano de atividade do Homem-Morcego em Gotham City. Batman: ano um, como o próprio nome sugere, cobre exatamente os primeiros doze meses da vida de Bruce Wayne como Batman, recontando uma história que todo mundo já conhecia, mas adicionando novos elementos à trama.
Batman: ano um começa com o retorno do jovem Bruce Wayne à sua cidade natal, após um longo período de viagens pela Europa e Ásia. Viagens estas que Wayne aproveitou para adquirir e aperfeiçoar todas as habilidades e conhecimentos necessários para seu objetivo: o combate ao crime. Exatamente no mesmo dia em que Wayne retorna a Gotham, o então tenente James Gordon chega à cidade, egresso de Chicago, para assumir um posto na força policial da cidade.
A partir daí, Miller explora duas frentes diferentes ao longo dos quatro capítulos da minissérie. Uma delas é focada em Gordon e mostra como o tenente se impõe ante toda a corrupção que infesta a força policial de Gotham (combatendo-a por dentro com uma discreta, mas fundamental, ajuda de Batman) e como vai conseguindo cada vez mais apoio de imprensa e da opinião pública. Miller mostra as conseqüências sofridas por Gordon quando ele decide não participar dos esquemas sujos da polícia local e como isso afeta sua vida pessoal, culminando na descoberta de seu caso com a detetive Sarah Essen, e na tentativa de assassinato sofrida por sua esposa e filho recém-nascido. A forma como Gordon passa de antagonista a aliado do Homem-Morcego, sua desconfiança de que o playboy Bruce Wayne e o vigilante são a mesma pessoa, seus primeiros contatos com o promotor Harvey Dent e sua promoção a capitão são outros aspectos explorados por Miller, no intuito de estabelecer os paralelos que tornaram o futuro comissário e Batman não só aliados como amigos até certo ponto.
Outro foco de Miller, obviamente, é o próprio Bruce Wayne. A primeira tentativa frustrada de combater o crime, a consciência de que precisava trazer medo aos criminosos, a confecção do traje do morcego, os primeiros conflitos com a polícia e a relação de amizade com Harvey Dent são mostradas ao longo da série. A forma como o Batman conquista a confiança dos policiais honestos de Gotham e se torna um aliado poderoso da polícia também são mostrados ao longo da história, traçando um retrato bem acabado dos primeiros dias de atuação do Cavaleiro das Trevas.
Além de focar-se em Gordon e Batman/Wayne, Miller também mostra rapidamente a origem da Mulher-Gato, então uma prostituta que, inspirada pelos atos do Homem-Morcego, confecciona um uniforme para si, mas com o objetivo de se tornar uma criminosa. Alguns mafiosos, como Carmine Romano, que seria bastante explorado por Jeph Loeb em O longo dia das Bruxas e Vitória sombria, também são apresentados na minissérie.
Com arte de David Mazzucchelli e cores de Richmond Lewis, que dão um clima noir ao gibi, Batman: ano um não é tão revolucionária quanto Batman: o cavaleiro das trevas ou Batman: a piada mortal. Ela reconta a origem do mito do Batman, mantendo seus principais aspectos intactos, enquanto a atualiza para uma audiência mais moderna. Mesmo não sendo nenhuma revolução, Ano um ainda é uma das melhores histórias do personagem em todos os tempos e item essencial na coleção de qualquer fã do Homem-Morcego.
Texto: OmeletePlanetary é uma série criada pelo escritor Warren Ellis e o desenhista John Cassaday , publicada pelo selo Wildstorm da DC Comics.
O Planetary é uma organização auto-intitulada "Arqueólogos do Impossível", correndo atrás da história secreta do mundo. Fundada pelo misterioso Quarto Homem, que especula-se possa ser qualquer um, desde Adolf Hitler a Bill Gates, o time de campo consiste de três superseres: Jakita Wagner, forte, rápida e praticamente invulnerável; O Baterista, que pode conversar com computadores e quaisquer outros tipos de mecanismos elétricos; e o novo recruta Elijah Snow, que consegue controlar a temperatura.
A série ocorre no Universo Wildstorm, juntamente com outros títulos como Stormwatch, The Authority e Gen13.
A equipe Planetary viaja ao redor do mundo investigando fenômenos estranhos: monstros e outras criaturas, relíquias incomuns, outros superseres, e segredos incomensuráveis que certos indivíduos tentam manter escondidos do resto do mundo. Seu propósito é em parte movido pela curiosidade e em parte pela utilidade de novos conhecimentos adquiridos em prol da humanidade. Existem, entretanto, grupos que se opõem à seus propósitos, e a organização tem uma história substancial que é revelada gradualmente durante a série.
A pré-estréia da série deu-se em setembro de 1998 em Gen13 número 33 e em C-23 número 6. A primeira edição saiu em abril de 1999. Foi planejada originalmente para ser uma série bimestral de 24 edições. Entretanto, devido à problemas de saúde de Ellis e outros compromissos de Cassaday, a revista entrou em um hiato de quase um ano em 2003, e desde que foi retomada seu autor têm falado sobre estender o número de edições para 27.
Orbital Comics