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O que aconteceria se o foguete que trouxe Kal-El de Krypton caísse na União Soviética, nos anos da Guerra Fria?



Nos últimos anos, muito se leu e ouviu sobre o revival das editoras Marvel e DC às Eras de Ouro e de Prata dos quadrinhos, em histórias que mostravam a volta de personagens há décadas esquecidos ou aventuras cujos elementos cronológicos e conceituais remetiam àquelas épocas.
Nenhuma das duas opções é a correta. Do que poucos se deram conta é que os quadrinhos acabaram de dar adeus a essa fase e entraram em outra que promete não dar margem a questionamentos, pelo menos quanto ao nome: a Era Pós-Moderna.
Na época, as duas minisséries apresentaram idéias alheias ao que era publicado mensalmente nos títulos de linha das editoras de super-heróis, vivendo à parte da continuidade normal. Ou seja, apesar de ditarem "regras" que, atualmente, parecem já incorporadas, Watchmen e O Cavaleiro das Trevas, lançados em 1985 e 1986, respectivamente, esperaram quase dez anos para ver seus efeitos - alguns deles identificados por muitos leitores como a transformação do herói Lanterna Verde Hal Jordan no vilão Parallax e a proliferação dos anti-heróis.
"As duas companhias criaram histórias com ramificações espetaculares que influenciaram a maioria de suas revistas em quadrinhos de modo significante", escreveu O'Rourke.
Mas o que se vê, atualmente, não é tão simples assim. Heróis tornam-se vilões (de fato ou dissimulados) ou absurdamente tão humanos que são exemplos de como é a realidade, e não de como ela deveria ser - a tal válvula de escape do mundo real. Resta saber se é isso mesmo que, a londo prazo, os leitores querem encontrar nessas histórias.
Assim, da mesma forma que personagens como o agora mau-caráter Homem de Ferro e o psicopata Superboy Primordial ganharam a antipatia de muitos leitores em Guerra Civil e Crise Infinita, o atormentado Spawn entrou nessa incômoda lista.
Na Turma da Mônica, desde muito antes de qualquer suposta influência das infinitas crises e guerras civis dos super-heróis, são produzidas histórias sobre pais separados, conflitos de gerações e até mesmo escatologia moderada.

Os Lanternas Verdes estão sofrendo grandes mudanças. Enquanto conversava com John Stewart em seu bar, Guy Garner explode, mandando um quarteirão inteiro pelos ares. Paralelo a isso, Kyle aterrissa na Terra exausto, trazendo um importante alerta.
Fabian Nicieza, famoso escritor de mutantes nos anos noventa e hoje escritor da série "Cable & Deadpool", certa vez disse que "não importa como um personagem morre, mas sim como ele volta". Cito essa frase, pois é justamente isso que irá julgar se esta história será boa ou ruim. Um personagem pode morrer de várias maneiras, e isso é um fato perfeitamente natural, que afeta até nós, meros leitores. Mas voltar à vida, isso é bem mais complicado. Nunca será uma história fácil de ser escrita; terá de ser crível, que convença o leitor, pois do contrário, vai estigmatizar completamente a "nova vida" do personagem. Nessa primeira parte, poucas menções são feitas a respeito desse assunto, mas isso vai ser bem recorrente durante as próximas edições desta mini-série, então mantenham isso em mente.
Hall Jordan foi morto durante os anos noventa, numa época em que a DC tentava se atualizar e buscar novos leitores, substituindo personagens antigos por novos. Entretanto, o que sempre fez um personagem ser interessante e marcante para os leitores não foram seus poderes, que podem ser passados de geração em geração, mas sim sua personalidade. Um bom exemplo disto é o Arqueiro Verde que voltou à vida pelas mãos de Kevin Smith. Até surgiu outro Arqueiro Verde, com flechas e mira precisa, mas não era a mesma coisa. O carismático Ollie sempre parecia faltar. O mesmo acontece com Jordan. Surgiu outro Lanterna que, na minha opinião era e ainda é muito interessante; entretanto, não era Hall Jordan, não era o melhor dos Lanternas Verdes.
Uma das grandes qualidades de Geoff Johns, autor desta mini e, no momento, o escritor mais importante da DC, é a capacidade de trabalhar com várias histórias em planos diferentes, intercalando-as aos poucos e voltando a separá-las logo em seguida. Ele faz uso disso durante toda esta revista, mantendo clara a magnitude dos acontecimentos, sem deixar a trama confusa. Temos Kyle aterrissando no Novo México, Guy e Alan discutindo suas vidas em Nova York e Espectro atacando em Star City. Todas as cenas são muito bem trabalhadas e de grande relevância na história. Além disso, Johns mantém um ritmo alucinante, que faz você começar a ler e não conseguir mais parar. Fazia tempo que uma história não despertava isso em mim.
Se Geoff Johns dá espetáculos nos roteiros, a mesmo pode ser dito da arte de Van Sciver, que tem feito aqui um belíssimo trabalho. Dono de um detalhismo impressionante e uma perspectiva muito refinada, Van Sciver conduz o leitor por uma página mais bela que a outra. Agradou-me muito como ele desenha Batman, quase como uma sombra, reforçando aquela idéia de "cavaleiro das trevas". Além disso, é capaz de desenhar inúmeros personagens, todos com rostos e características físicas diferentes.
"Lanterna Verde: Renascimento" é o pacote completo. Texto fantástico, bela arte, eventos realmente significantes. Uma das melhores minis dos últimos anos da DC Comics.
Texto: Fanboy (editado)


Oliver Queen é um caçador. Um caçador na selva urbana. Ele não caça por prazer, ele não caça por alimento... ele caça por justiça. Na selva em que ele caça, há outros caçadores e outras presas. Um assassino que tem matado mulheres de forma sistemática, uma arqueira misteriosa que tem caçado por vingança.Orbital Comics